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Metz Metz

2012
Sub Pop


Música? Não, Metz é energia punk, o sentido exacto de urgência que todos os miúdos que um dia ouviram três acordes sentiram, o ruído que vem de trás mas que, falando de bandas recentes porque o passado tem de ser rasgado, poderemos colar, assim de repente, aos The Men. Metz é curto, incisivo, caótico e essencial - como todos os discos da sua estirpe. Basta ter riff e peso em contas certas. E basta ter malhas enormes a abrir o disco como "Headache", que faz juz ao seu nome: um assalto rítmico semelhante à drogaria espiritual de uma ressaca.

Falávamos de ressaca? Eis a melhor malha do disco: "Wasted", quatro minutos de electricidade pura naquela que é a maior e melhor canção do disco - sem esquecer grandes temas como "Sad Pricks", "Rats" ou a mui agressiva "Mule". O trio de Toronto não faz por menos, e em apenas dez canções destrói o estereótipo de que todos os Canadianos são pessoas amáveis e pacíficas, e deita por terra a ideia de que as bandas desse mesmo país que interessam têm de ter meia dúzia ou mais de membros.

Que mais há para escrever? Como todas as bandas que pretendem alimentar qualquer tipo de revolta interior que tenhamos, os Metz não existem para ser pensados, mas para ser ouvidos, o volume no máximo, a granada na mão. A música falará por si, importa o que nós, enquanto ouvintes faremos com ela. De preferência, uma revolução; não estando essa hipótese sobre a mesa, chatear quem quer que seja para os trazer cá também não é má ideia.


Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com
26/10/2012