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Jonathan Wilson Gentle Spirit

2012
Bella Union


Depois de colaborar com nomes como Erykah Badu, Elvis Costello ou Jackson Browne, de um disco que nunca chegou a ver a luz do dia de uma forma oficial (Frankie Ray, algures em 2007), Jonathan Wilson, mais habituado às lides da produção, achou que teria chegado a altura certa para lançar o seu registo debutante. E a Bella Union concordou. Gary Louris (The Jayhawks), Andy Cabic e Otto Hauser (Vetiver), entre outros, quiseram juntar-se ao desafio.

Em Laurel Canyon, o bairro de Los Angeles que foi a casa de nomes como Frank Zappa, Jim Morrison, The Byrds, Buffalo Springfield ou os Love, Jonathan Wilson, com a calma que quis, construiu um disco que presta tributo a toda essa música de finais de 60 sem ser monge copista ou apenas documentarista. Gentle Spirit é um daqueles discos que começa no ponto onde se suas influências terminaram, para continuar a história.

Mas o conjunto de canções mergulhadas na folk psicadélica não se fica por território norte-americano. “Natural Rapsodyâ€, um exemplo entre outros, lembra os Pink Floyd na progressão de acordes e melodias, na guitarra, na percussão, numa miríade de feitios. Pensado para ser lançado em vinil, Gentle Spirit é um disco recompensador que exige a atenção de outros tempos. Tempos de maior fruição, tempos de outras calmas.


André Gomes
andregomes@bodyspace.net
05/06/2012