Não há muito para dizer acerca de uma banda quando a própria pode resumir o seu estilo de rock n´ roll psicadélico numa simples palavra: "Facemelt". Não só é a faixa que dá inÃcio a Young Love, como é o resultado final daquilo que nos acontece quando a mesma termina o seu percurso de quatro minutos e quarenta e cinco segundos - o nosso rosto acaba feito uma papa no meio do chão e os tÃmpanos não passam a ser mais do que uma miragem. Advertência: os SUNFLARE não fazem devoluções. Nós perguntámos-lhes.
Tentemos então encontrar aqui um certo fio contÃnuo no discurso, já que o cérebro fica demasiado abalado sempre que a vontade de vertigem nos convence a clicar no play. Young Love é um EP repleto de riffs a rasgar sem qualquer direcção (nem precisa), uma autêntica massa caótica de som. Há tempos falámos na comparação cliché com os Lightning Bolt, o que é aceitável. Lê-se por aà outras com Mainliner, razoáveis. Assim muito de repente pensamos no metal a ferver dos nobres e nacionais SMGTV.
Só que, no final, apercebemo-nos de que mesmo notando influências aqui e ali, Young Love é demasiado violento para ser domado, até pelos seus criadores - e encontramos desde já aqui a explicação para o modo como Guilherme Canhão apresenta estes temas em palco, como se a guitarra lhe quisesse fugir da trela. "New Blood", "Gravity Free" e "Particle" terminam o trabalho que "Facemelt" iniciou com um desempenho notável; acabam a polir o esqueleto que restou de nós. É altamente recomendável, mas há que lhe pegar com extrema cautela - isto não é um disco, é um incêndio.