DISCOS
ALTO!
ALTO!
· 16 Fev 2012 · 17:07 ·
ALTO!
ALTO!
2012
Lovers & Lollypops


Sítios oficiais:
- Lovers & Lollypops
ALTO!
ALTO!
2012
Lovers & Lollypops


Sítios oficiais:
- Lovers & Lollypops
Alta voltagem.
Formados em 2008 por elementos de Green Machine e Black Bombaim, os ALTO! estreiam-se homonimicamente no mundo dos LPs com um disco de rock n´roll directo, por vezes dançável, numa matriz assumidamente de garagem (ou de bunker, como carinhosamente chamam ao espaço onde nasceram). Não fosse esse rótulo estar já colado - por insistência de um parolo qualquer - à segunda melhor banda nacional da actualidade, ALTO! seria um disco de Rock Sem Merdas como o próprio rock deveria ser; assim terá de se contentar em ser apenas caracterizado como "outra das belas coisas que têm saído de Barcelos". O que não é chatice nenhuma.

A ligar as dez faixas da pouco mais de meia hora deste ALTO! estão, primeiramente, os títulos - pontos de diversas cidades espalhadas por essa Europa fora como Barcelona, Sarajevo ou Cracóvia, no que poderia ser um acenar ao seminal Mutantes S.21, ou talvez uma espécie de biografia que acabou em formato canção, como os próprios o dão a entender na compilação da Lovers & Lollypops para a Optimus Discos. Depois, claro, é o riff, mas, acima de tudo, os deliciosos teclados à Doors que o permeiam aqui e ali. Aliás, há que dizer que é aqui que se encontra a grande força dos ALTO!, sem desprimor, claro, para os quatro restantes membros; é este elemento melódico que mais puxa o ouvinte, um som clássico que tanto agrada aos mais conservadores do mundo rock (i.e. malta para quem o género morreu por volta dos anos 80) e aos mais jovens (que descobrem as maravilhas da década de sessenta, hoje).

"Quai De La Marne" inicia esta viagem de modo enérgico, naquela que é uma das faixas mais fortes do disco, com a voz de João Pimenta e a guitarra a arrancar logo uma reacção de meio susto: não tem uma intro para que nos possamos acomodar a ouvir, entra logo a rasgar e a partir. "Hlavní Nádrazí", que agiu como uma espécie de single, é tão impronunciável quanto psicadélica, bem como "Garaplina", que faz do riff um enorme trunfo - atentar no solo a partir dos dois minutos e meio. Depois há "Carrer De La Muntanya" (novamente: dem keyboards <3) e "Ulica Slawkowska" (a procura pelo prazer sob um ritmo tribal) para fechar o leque do que de melhor encontramos em ALTO!. Um disco e uma banda que se juntam às coisas boas já lançadas pela Lovers, que assim manterá de certeza o monopólio do rock português que interessa em 2012.
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com
RELACIONADO / ALTO!